A história da Noiva do Cemitério é uma daquelas que faz o coração do gaúcho disparar, meu guri, conta a lenda que essa moça, toda faceira e cheia de planos, estava na véspera do casamento, toda de branco, mais linda que flor de xique-xique. Mas, numa curva traiçoeira, um acidente danado levou a noiva pro além, deixando o noivo lá, na solidão, chorando a perda do amor da sua vida. Desde então, o espírito dela ficou vagando por essas estradas, como uma alma penada, buscando seu amor que ficou á 7 palmos da terra.
Os caminhoneiros que cruzam essas estradas de chão batido, em noites de lua cheia, falam que em certas horas ela aparece no meio da estrada, vestida de branco, com um véu que voa como a brisa do pampa. Dizem que a moça acena pra quem passa, e quem é ousado o suficiente pra parar acaba levando um susto dos grandes. Quando olha pra trás, a baita já sumiu, deixando só um frio que penetra até os ossos do gaitero e uma tristeza danada que pesa na alma, como uma sombra que não se vai.
| Fonte : Show do medo |
E tem quem diga que essa noiva não se contenta em ficar só na estrada; ela vai é lá pro cemitério, como se estivesse em uma jornada sem fim, buscando o amor que nunca foi seu. Os compadres que se aventuram a seguir se perdem em caminhos desconhecidos, rodeados por uma baguá de uma névoa, como se tivessem sido puxados pra um mundo de visage. E no silêncio da noite, o vento traz sussurros que parecem lamentos, como se a noiva estivesse chorando por aquele baitaca que nunca viveu.
Essa lenda da Noiva do Cemitério é um baita lembrete da fragilidade da vida e das tragédias que podem acontecer nas estradas do nosso sul. Os pia, ao contarem essa história, fazem uma reverência à muié, lembrando que o amor é um negócio sério e que a vida pode mudar num piscar de olhos. Ao passar por essas bandas, muitos olham pro lado com aquele frio na barriga, na esperança de não cruzar com a noiva.
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