O conto do Boitatá em uma proza Gaúcha

 No coração do pampas, onde o vento canta nas coxilhas e o sol brilha com força, vive a lenda do boitatá, essa criatura que mais parece um chimarrão fumegante na calçada de um rancho. Dizem que é uma cobra de fogo, danada de bonita, que aparece nas noites estreladas para proteger as nossas estâncias do fogo que consome o verde do campo. O boitatá, que nem um gaúcho valente, surge com um brilho que ilumina as noites escuras, como se fosse um lampião na mão de um pia do campo. Esse conto corre solto nas rodas de mate, onde os mais velhos contam que, se a gurizada desrespeitar a terra, ele vem com sua fumaça ardente, dando um baita susto nos ligeirinhos que queimam o nosso mato e nosso rancho.

Fonte : BrasilEscola


Mas não se engane, o boitatá não é só uma cobra ardente, é também a alma dos que se foram em chamas, um espírito que vigia o campo com olhos de lince. Os compadres que andam pela estrada do nosso pampa já ouviram histórias de gente que, sem olhar pra natureza, acabou se dando mal, com a serpente fulgurante dando uma baita lição na gurizada , dizem eles, enquanto rodam o mate e olham pro horizonte. Afinal, o boitatá é mais que uma lenda; é um lembrete de que a terra é nosso rancho e deve ser respeitada , igual um gaitero no baile da moçada , como o respeito que temos pelo nosso velho pai e pela tradição que nos junta. Então, se ouvir o balance do mato à noite, pela paz do campo e pela beleza do nosso campo, como um verdadeiro guardião do nosso rancho.

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